A engenharia do laço social

laço social

O avanço da tecnologia vem tomando cada vez mais espaço na vida das pessoas e tem trazido consigo uma grande colaboração para o sistema de comunicação da atual sociedade. As redes sociais, que vêm a cada dia tomando mais espaço no mundo, tem sido fundamental para a interligação de cada pessoa com todas as outras. Vivemos em uma espécie de “comunidade”, onde indivíduos em comum compartilham e divulgam seus pensamentos, conhecimentos e informações com os demais, percebendo que mais pessoas partilham da mesma opinião e que, por mais que acreditamos possuir conhecimentos singulares, vemos que há um coletivo que pensa igual.

Nos anos 60 já começa a surgir a ideia de como seria a “explosão” das redes sociais, mas somente no início dos anos 80 que isso viria a acontecer. Essa comunicação tornou-se mais expansiva com o uso cada vez mais frequente de internautas. O surgimento de endereços eletrônicos de maneira estrondosa, aumentando, por mês, cerca de 5%, mostrava milhões de indivíduos, na sua maioria jovens, “conectados”. As redes digitais possibilitaram a integração de diversos grupos da sociedade, através de trocas de mensagens, participação em comunidades virtuais, compartilhamento de informações, notícias e curiosidades uns para os outros, criação de novas amizades, exposição de suas opiniões sobre qualquer assunto que lhes interesse, enfim, trouxe para o mundo virtual suas expressões que até então eram pessoais.

Esse crescimento das redes está em fase de desenvolvimento e ainda não se pode afirmar aonde isso chegará. Será este meio de comunicação, totalmente interativo, o substituto da televisão? Será que este meio causaria uma divisão maior na sociedade? Ainda não se sabe, mas se parássemos para pensar, deveria ser algo que causasse união, que aproximasse mais os indivíduos e não que individualizasse cada vez mais. A junção dos diversos meios de telecomunicações em uma só “multimídia” nos parece algo totalmente revolucionário, mas nos faz refletir sobre as consequências dessa revolução digital, que ainda em análise, é apenas uma incógnita no mundo da comunicação e precisará de muitos estudos de avaliação.

Se pararmos para pensar, voltamos ao nomadismo, mas não no sentido concreto da palavra, não viajando fisicamente de um lugar para o outro, mas navegando em um mundo totalmente virtual, sem sequer sair do lugar. Hoje em dia, não estamos dependentes de mecanismos supostamente inteligentes, mas temos a capacidade de produzir as ferramentas necessárias para determinar nosso destino.

A comunicação cada vez mais frequente através da mídia está isolando com agilidade os seres humanos. E esta nova forma de se comunicar, este novo tipo de linguagem, de escrita, está nos levando a pensar que talvez esta inteligência coletiva seja um problema, já que as pessoas não estão como há algum tempo atrás, em que havia aquelas que transmitiam as informações e as outras que eram apenas administradas por essas informações. Hoje em dia, cada um tem sua própria linguagem e seu próprio meio de tratar e distribuir a informação por toda parte. Isso, é claro, deveria ser a solução para a sociedade dividida dos tempos atuais, dos que ditam as regras e dos que as executam. Para que venhamos viver em um mundo “tecnológico” melhor, devemos aproveitar essa forma coletiva de nos expressar e agir com inteligência na massa. Do contrário, falharemos em nossos objetivos, a sociedade continuará a ser inteligentemente dirigida e nada mudará.

 

Laço social e relação com o saber

social network - people and speech bubbles

O projeto do espaço-saber estimula a reinventar o laço social em torno do aprendizado de todos, onde o saber não está só com uma pessoa, mas todos são capazes de passar algum conteúdo, “um saber”. A inteligência coletiva não é um conceito exclusivamente de adquirir um conhecimento, é trabalhada no sentido de “estar em comum acordo”, ou seja: trabalhar em um consenso.

A construção ou reconstrução do laço social é visto no momento em que os grupos sociais nascem, se espalham, perdem seus pontos de referência e suas identidades ganham traços de outras identidades e se misturam.

Toda atividade, todo ato de comunicação, toda relação humana cai em um aprendizado, cada individuo tem um imenso potencial de conhecimento, quando você se pergunta: “Quem é aquele ali? Ele sabe alguma coisa! Pode ser algo que não domino. Quanto mais ele for diferente de mim, mais poderei aumentar meu potencial, juntos podemos trabalhar melhor do que separados.” Porém mesmo que eu deva me informar e conversar, mesmo que eu aprenda algo do outro, jamais saberei tudo que ele sabe, significa que não se passa um conhecimento de anos em minutos conversados. Ou seja: todo ser humano deve ser reconhecido como uma identidade do saber!

 

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